Costumo pensar na subtileza de obstáculos que uma "amarra" causa nas nossas vidas...
"Amarras" de posse, poder, orgulho, ganância, ciúme e tantas outras...No fundo, "amarras" que nos prendem aos desejos e ao Passado com uma acutilante força e persistência.
"Amarras" que não nos deixam olhar o Sol e ver o quão belo é o seu cintilar...
"Amarras" que não nos deixam encher os pulmões de ar e respirar as boas novas de cada dia...
"Amarras" que nos prendem o olhar e os sentidos na direcção de um beco sem saída, tantas vezes estreito demais em alegria...
"Amarras" que nos perpetuam a tristeza, que nos envelhecem o semblante, que nos enfraquecem o espírito e nos devoram o humor.
"Amarras" que nos prendem aos duros nós que atámos com as fitas da vida que percorremos ou que nos recusámos a viver...
"Amarras" que nos embaraçam o sentir, que nos toldam o olhar, que nos distorcem o ouvir...
"Amarras" que nos fazem duros, frios, amargurados...
"Amarras" que não libertam o poder criador que temos dentro do peito, a jorrar beatitude...
"Amarras" que nos condicionam a vida, as opções, as escolhas, as respostas, as reacções, o sentir, o EU, no aqui e agora, esse momento cristalino que faz a diferença, o único passível de ser moldado, gerado e criado...
"Amarras"...Ide e não mais volteis.
Ficai perdidas nas brisas de um anoitecer celeste, onde a escuridão que persiste vos esconderá para sempre.
Desatem-se os nós!
Perdoem-se as ofensas!
Viva-se o momento!
Seja-se feliz!